Idioma oficial do Japão, o japonês é uma das línguas mais fáceis do mundo. Duvida? Já ouviu falar do ESPERANTO, um idioma criado para ser um sistema mundial, que tornasse mais fácil a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades?

Pois é, a gramática do Esperanto parece ter sido inspirada na gramática japonesa. As semelhanças são muitas: não há diferença de gênero nos substantivos, não há plural, as conjugações verbais básicas são duas (passado e presente/futuro), os numerais são feitos pela justaposição das unidades (ou seja, para dizer 1973 se diz algo como “mil nove-cem sete-dez três).

Representação Gráfica (Formas de Escrita)

O japonês utiliza-se de 4 sistemas de escrita usados simultaneamente: o alfabeto ocidental, o Hiragana, o Katakana e o Kanji.

O Kanji é um sistema de ideogramas “importado” da China (via Coréia) em vários períodos por volta do ano 500 de nossa era. Por volta do ano 800 o uso do kanji se difundiu pelo país. A característica principal do ideograma é que ele ao mesmo tempo que é uma representação fonética (ou seja, tem um som para ser falado), ele carrega um significado. Os dois ideogramas abaixo têm a mesma leitura (“KA”); porém o primeiro significa “abaixo, parte de baixo”, enquanto o segundo significa “passado, coisa que já se foi”. Ou seja, olhando a palavra, é mais fácil diferenciar um “KA” de outro “KA”, enquanto em português precisamos ver o contexto para diferenciar um “parto” verbo (“eu parto”) e um “parto” substantivo (“dar à luz”)…

KA (abaixo) e KA (passado)

Por ter sido trazido em várias épocas diferentes, um mesmo kanji pode ter mais de uma leitura (dependendo da dinastia no poder da China alguns kanjis tinham a leitura modificada), coisa que não acontece no chinês atual.

Um mito é de que é impossível aprender todos os kanjis necessários para viver no Japão. Os kanjis na verdade sã muito lógicos. Ajuda na hora de estudar os kanjis dividi-los em 4 grupos de acordo com sua origem, que são: pictográficos, ideográficos, compostos simples e compostos com leitura. (Futuramente colocaremos esta explicação nesta página, por enquanto só nas aulas-demonstração).

O Hiragana e o Katakana surgiram como modificações do kanji. O Hiragana surgiu da deformação da escrita de determinados kanjis e eram usados pelas mulheres (em especial as poetisas). O Katakana foi criado a partir de partes de alguns kanjis, muito usado pelos monges budistas para cópia dos mantras. Diferente dos Kanjis, tanto Katakana quanto Hiragana são apenas representações fonéticas, ou seja, não têm significado por si sós. Enquanto os hiraganas são os mais usados para se escrever em japonês, os katakanas são usados para escrever palavras estrangeiras, onomatopéias ou para dar ênfase a alguma palavra.

Fonética

A pronúncia da língua japonesa também é mais simples do que parece. Existem apenas 5 vogais fonéticas: o “A” é sempre aberto (não existe “Ô ou “”), o “E” sempre é fechado (não existe “É”), o “I”, o “O” sempre fechado (não existe “Ó” ou “Õ”) e o “U”. O único som que não existe no português é o “TSU”, de “TSUNAMI”, que é pronunciado como se estivesse imitando um dedo na panela quente (crianças, não tentem fazer isso em casa ;D !) , e não “TIZUNAMI” como alguns pronunciam.

Gramática e Conversação básica

É fácil começar a conversar em japonês – basta prestar atenção no que seu interlocutor diz. Numa conversação básica, uma boa resposta é repetição de 70% da pergunta. Nos exemplos abaixo, perceba a confusão para responder em português, comparando com o japonês (o sublinhado da mesma cor indica a mesma palavra nos dois idiomas):

Pergunta e resposta em Português Pergunta e resposta em Japonês
Como se pode ver, no Português precisamos reorganizar as palavras para parecer natural, e trocar o plural na resposta pelo singular, pois é UMA maçã desejada. Já no Japonês, a ordem é exatamente a mesma. O “KA” no final da pergunta tem a mesma função do ponto de interrogação no Português. É ou não é mais simples?

As palavras circuladas no exemplo japonês são o que chamamos de “Partícula”, que indica a função da palavra que a acompanha dentro da frase. com a partícula colocada nas palavras certas, a ordem pode ser diferente, e a frase vai fazer sentido do mesmo jeito. Agora, que tal se alguém respondesse nossa pergunta da seguinte forma: “Uma quero maçã eu.”?