A dificuldade do idioma japonês reside em três pontos principais: número de vocábulos, unidades de contagem e conversação avançada (uso de formas polidas).

Além destes três, há as dificuldades inerentes à aprendizagem de qualquer idioma estrangeiro: a diferença de cultura, o pensamento/raciocínio diferente no uso de palavras e construções frasais, pronúncia, etc.

Dificuldades no Japonês

Número de vocábulos

A língua japonesa já existia antes da chegada dos kanjis no arquipélago, existindo também uma escrita rudimentar para representar as palavras. Com a adoção dos kanjis, foram adotadas também algumas palavras do chinês, mas que já existiam no japonês. Com a americanização mundial, hoje também se “importam” muitos termos americanos para o japonês cotidiano, mesmo que o termo já exista neste idioma. O que acontece então é que, para se referir à mesma coisa, podemos ter até 3 palavras diferentes. Por isso, o número de vocábulos no idioma japonês chega perto do triplo do existente no português.

Unidades de contagem

Tanto no japonês quanto no coreano, para cada tipo de coisa se usa uma forma diferente de contagem: para coisas encadernadas, para pessoas, para animais grandes, para animais pequenos, para máquinas… Não bastasse isso, alguns grupos são difíceis de compreender: porque contar da mesma forma papel, prato e camisa? Ou pernas e postes? Ou ainda, melancias e borrachas? Se você entendeu o que cada grupo desse tem em comum, já superou 70% da dificuldade.

Mas há uma salvação: existe uma contagem genérica, que pode ser usada para contar qualquer coisa. Decorando essa, não tem como se dar mal no Japão.

E para comparar com o português, as contagens têm alguma diferença com os números puros, mas nada comparado à diferença entre “um, dois,…, sessenta e sete” e “primeiro, segundo,…, sexagésimo sétimo”…

Uso de formas polidas

O uso de formas polidas específicas na conversação com diferentes pessoas é característico de idiomas orientais. Um dos países onde as regras são mais rígidas é a Coréia, onde os termos a serem usados são diferentes caso a pessoa com quem convesamos tem uma posição superior ou inferior à nossa, e ainda se é mais velha ou mais nova que nós. O uso errado de termos no coreano parece levar a graves faltas de respeito.

No Japão contemporâneo nem mesmo os japoneses conhecem bem as formas polidas usadas na conversação, existindo cursos especiais para seu uso no ambiente de trabalho. Apesar de ser um tema para estudo focalizado em classes avançadas, há a necessidade de se aprender formas básicas de conversação usando formas polidas desde o curso básico.

Seu uso pode ser um pouco complicado no início, mas ao se dominar as regras básicas, não há maiores dificuldades para aprender as formas polidas no japonês.

E, falando a verdade, no português também precisamos usar formas polidas muito complexas, nós é que não usamos…!